domingo, 6 de outubro de 2013

Drunk Face

Ficar bêbado não é assim fácil como as pessoas que não bebem acham que é. Ontem, por exemplo, na mesa do bar com meu sidekick Sergio Augusto, um cara na mesa ao lado, já bêbado, ficava puxando papo, falando sobre o trabalho dele, sobre Salvador (a cidade, não Jesus) e mais um monte de coisas que não lembro, mas chatas pra caralho, mostrando fotos no celular e interrompendo a conversa de 5 em 5 minutos, para logo depois pedir desculpas. No final, depois de nos pagar uma cerveja (a cerveja mais cara da minha vida), ele se despediu abraçando nós dois. Com certeza ele não sabia que estava sendo um chute nos nossos ovos. Isso é ficar bêbado.
Todos vocês três que irão ler esse texto, se já ficaram bêbados de verdade, sabem disso. E não estou falando de ficar tontinho por causa de umas cervejas, estou falando de fazer merdas que na hora fazem sentido, e não mandar sms pra pessoa errada. Isso é coisa de mulher, embora eu já tenha feito, mas foda-se. Estou falando de dormir em pé no banheiro do bar, como um amigo nosso, baiano, fez. Ou de acordar no dia seguinte com sua mãe falando que você vomitou no quarto, e, ao tentar achar pra limpar, não encontrar nada. Ou vomitar no telhado da garagem. Ou cagar nas calças enquanto está no banheiro. Essas coisas que eu posso, ou não, ter feito, mas que na hora parecem ser o tipo de coisa certa a se fazer.


Já falei aqui no blog sobre outras vezes em que bebemos. Ontem, porém, fiquei mais bêbado que o normal. Talvez por estar sem a pressão e responsabilidade de pagar as contas nos bares e garantir que meu querido amigo chegue bem em casa, eu me senti como um menino de 6 anos que podia tomar Nescau o dia todo. Falei merda, ri quando vi que uma loira altona que ficava me encarando na mesa toda vez que passava pela gente voltou do banheiro com papel higiênico grudado no sapato, derrubei cerveja na mesa ao tentar mostrar algum golpe pra um amigo nosso, falei mais merda, peguei táxi, mesmo não lembrando de ter estado em nenhum táxi, mandei sms que não devia, e, ao deitar para dormir, fiquei preocupado em acordar bêbado. Não acordei bêbado, claro, e nem de ressaca, mas na hora fez sentido pensar assim.
É claro que se alguém bebe pra cacete e vai embora de carro, correndo o risco de se machucar ou machucar alguém, essa pessoa é idiota. Porém, nada de errado em beber demais e falar como gayzinho com outro bêbado que acabou de vomitar na rua, ou andar na rua XV, depois de umas 10 doses de whisky puro, achando que a sobriedade nunca mais vai voltar (aconteceu na última formatura que eu fui. Formatura, sabem como é..). Porque esse é o tipo de coisa que molda o caráter, e não o trabalho.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Vlog for Dummies

A quantidade de vlogs atualmente é alarmante. Vlog sobre moda, religião, maquiagem, videogames, música, crochê e assuntos diversos. Os piores, porém, são os vlogs feitos por rapazes revoltadinhos, tipo aquele Felipe Neto. Visitando alguns desses vídeos é possível perceber um padrão, como se existisse um manual não-escrito para se fazer um vídeo e botar no Youtube. São uma espécie singular. Como um Clube da Luta (bem distorcido, é verdade), só que para a geração Twitter, eles parecem seguir regras mais ou menos assim:

- Use barba - porque devem achar que passa credibilidade. Ou porque barbas são a nova mania, tipo cupcakes no ano passado.

- Grite - se o cara gritar, a opinião, muitas vezes equivocada, vai parecer verdade. E também passa a impressão de que ele foi o primeiro a pensar no que tá falando.

- Use palavrões. Pra caralho - e se possível, grite palavrões. Xingue quem está vendo o vídeo. Xingue a mãe dele. Xingue Crepúsculo. Xingue pagodeiros. Xingue tudo.

- Seja incoerente - talvez uma das regras mais importantes. Recentemente eu vi um vídeo de um cara falando sobre Rock in Rio. Ele falava muito mal da Ivete. Falava que deveriam ter apagado o Carlinhos Brown no dia que ele tocou no festival. E logo depois reclamou que Cláudia Leitte comparou roqueiros com nazistas.

- Seja intolerante - o vlog é seu. A sua opinião é a mais importante e também a mais verdadeira. Só o que você gosta é bom e você não precisa tentar conhecer coisas ou pontos de vista diferentes.

- Fale que você não entende muito sobre um assunto. E fale sobre esse mesmo assunto por 10 minutos no seu vídeo - aquele tal de Cauê, um barbudo, famosinho, fez isso num vídeo sobre cinema. Uma aula sobre como perder a credibilidade, se é que tem, logo de cara.



- Fale mal sobre qualquer coisa - nunca vi um vídeo de alguém elogiando alguma coisa. O legal é falar mal.  Falar mal de mulher que usa roupa curta (já vi, sério), falar mal da música do momento, falar mal de fãs de algum livro. Falar mal, usando óculos escuros, é cool.

- Crie um nome que resuma suas ideias e seu vlog - dos que eu lembro, todos tem nomes que fazem todo o sentido. ''Não Faz Sentido'', ''Tattoodo Errado'', ''Nexo Algum''. Todos nomes auto-explicativos, que já entregam o que você precisa saber sobre seus realizadores e objetivos.

- Edição slasher - cortes aleatórios são uma constante. Sem motivos aparentes. Estão lá em toda frase, como uma vírgula, ou ponto final. Falar uma frase seguida de outra deve ser contra os princípios dos vlogueiros.

É provável que existam mais regras, pois fazer um vídeo pro Youtube é assunto sério, e os heróis que fazem isso e se dedicam precisam ter suas vozes e ideias ouvidas, são engraçados, inteligentes, sagazes e tem coisas importantes para falar. Nas cabeças deles e dos amigos retardados que sugeriram a ideia, claro.

P.S: eu sei que saiu um texto um pouco revoltadinho. Mas podia ser pior. Podia ser um... vlog.



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ser-ve-jão

Smartphones são uma merda. A bateria acaba mais rápido que o fôlego de um velho de 70 anos tentando se masturbar em pé. Porém, se fossem bons aparelhos, esse texto teria imagens fantásticas do Servelicious totalmente bebaço.
Conheço ele há 6 ou 7 anos, e, com exceção de uma vez, sempre o vi em bar. Nunca nos encontramos para ver um filme no cinema ou qualquer outra coisa. Sempre fomos beber. E, durante esses anos, poucas vezes eu o vi bêbado de parecer que vai cair em todas as esquinas. Hoje foi uma dessas oportunidades.
Hoje, domingão de sol, saímos tomar umas cervejas, como sempre.  A tarde foi tranquila e nada de extraordinário aconteceu. Ficamos lá apodrecendo no sol, tomando cerveja, e depois fomos para outro bar.
Sentados no canteiro, tomando cerveja direto do gargalo como bons homens das cavernas modernos, conversando sobre a vida e seus desdobramentos, uma garrafa após a outra, eu fico alegre (é o que eu acho. E o texto é meu), e o Sergio fica cada vez mais bêbado. E se você já o viu bêbado, você entende o porre que é. Ele fica teimoso, ainda mais repetitivo e ainda mais risonho. Fica olhando pro celular, checando as horas, com medo de perder o ônibus que só vai passar dali a duas horas. Fica contrariando minhas afirmações comprovadas pela internet 3G de que a merda do ônibus para São José dos Pinhais vai passar meia-noite e dez e falando que tá fodido se perder esse ônibus, porque precisa trabalhar amanhã. Tudo isso de 5 em 5 minutos.
Resolvemos, então, ir embora. Eu o acompanho até o terminal de ônibus, porque suas pernas estão moles e ele realmente está bebaço. No caminho, com o horário detalhadamente planejado, ele para e decide comer cachorro-quente, como se desafiasse os ponteiros. Eis que, descendo o Largo da Ordem, eu paro para mijar num banheiro químico e ele se encosta sobre uma cerca de metal, derrubando uma dessas cercas e rindo. Eu ri também, porque foi engraçado pra caralho ver o Sergio de bermudas, bêbado, com a cara suja de maionese, derrubando cerca de metal. Após me recompor eu o chamo e continuamos a jornada. Até ele parar para mijar na rua.
No caminho, ele verifica o relógio mais umas 4 vezes e pergunta se eu tenho certeza do horário do ônibus dele, fala que tá cozido mais umas 7 vezes, ri mais umas 10, andando todo torto e batendo na parede como se estivesse jogando ping-pong humano.
Ao chegar no terminal, ele vai olhar a tabela de horários, porque é um bêbado teimoso. Vejo, então, o ônibus que ele precisa pegar. Se eu não pedisse para o motorista parar, Servejão estaria agora dormindo na rua porque é um pinguço lerdo. Ele me dá um abraço caloroso e o motorista fecha a porta. Eu, puto, faço sinal de ''espera, porra'', e ele abre a porta novamente. Servejão entra e faz chifrinhos com os dedos pra mim.
5 minutos depois recebo no celular: ''ahahahaahah brigado, viio. Pegtte o busani''.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Meu Vizinho Mentiroso

 Duas da madrugada e eu estou aqui no meu quarto, cuidando da minha vida, quando de repente ouço uma voz alterada, nervosa. É meu vizinho, um menino de uns 19, 20 anos, físico de Neymar, metido a esquentadinho e a falar grosso. Ele estava com uma amiga no portão da casa dele, quando um outro rapaz se aproxima, querendo falar algo para a menina. Meu vizinho se exalta e começa a xingar o rapaz, que diz não querer confusão. O Neymar wannabe, se aproveitando da tranquilidade e aparente fragilidade do rapaz, começa a xingá-lo e a proferir gírias modernas do gueto, enquanto o jovem continua com o mesmo discurso de ''porque você quer brigar?''.
Meu vizinho então tira a jaqueta, perguntando: ''você quer trocar soco comigo? '' enquanto ergue a guarda. O rapaz, pacífico, diz que não, que só iria falar algo para a amiga, e é empurrado. Nesse momento, o Neymar dá um chute em sua perna. Para sua surpresa, um rápido e certeiro soco o atinge bem na boca. Aham, o rapaz que não queria confusão solta um direto na cara do agressor, que, ao sofrer o nocaute, cai duro no chão. Nesse momento, o rapaz ensaia um chute no meu vizinho, mas um amigo dele (do vizinho), que eu não havia visto, surge e o segura. O rapaz sai andando, vitorioso, enquanto o pobre coitado que começou a briga se levanta com a ajuda do amigo.
Como todo macho ferido, ao se levantar, ele fica puto. Não sabe porque apagou e pergunta o que aconteceu. Quando seu amigo explica que ele levou um soco, o sentimento é de revolta: ''mas como eu não vi da onde veio essa porra desse soco? Ah, não, vou matar esse filho da puta''. E fica andando em círculos e repetindo as mesmas frases por uns 15 minutos, enquanto o amigão tenta acalmar-lhe. E a menina que foi motivo dessa ''briga''? Quietinha, sentada, olhando. Até que o ultimate fighter olha pra ela e fala que apanhou por culpa dela. Nesse instante ela vai embora.
Pouco tempo depois duas amigas do Neymar chegam ao local, e nesse momento a situação ganha contornos surreais. O Neymar fake conta pra elas o que aconteceu: ''eu tava de boa com a mina aqui, trocando idéia e esse piá aparece e dá de dedo em mim. Eu falo que só tô conversando com a mina e ele me provoca. Aí eu vou pra briga, tiro a blusa, fico nervoso e desmaio de nervoso, sozinho. O filho da puta aproveitou e me deu um chute e um soco quando eu tava apagado''.
A confusão e revolta acaba com as duas meninas passando as mãos nas costas do meu vizinho, a vítima de uma violência covarde. Ou é o que elas acham. Mas eu sei a verdade.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Teria Sido um Bom Fim de Semana?

Como havia saído na noite anterior, sábado acordei 12:00 e me arrumei para viajar para Joinville com o Sido e sua esposa Odette. Entro no carro e no banco de trás está a Sra. Sido e o gatinho deles, Oliver, numa gaiola para gatos, miando. Saímos daqui e vamos para a estrada.
No caminho, Sido deseja a morte de 3 motoqueiros e de um motorista que o ultrapassou de maneira perigosa, reclama de algumas coisas, dá risada de outras e falamos merda. Aí o gato caga na gaiola, um cheiro incrivelmente horrível se apossa de nossos narizes, e Sido repete umas 6 vezes que cheiro de bosta de neném é pior, como se estivesse se desculpando, ou falando que sempre tem como ficar pior. Depois, quase chegando ao nosso destino, o gato começa a vomitar. E eu não consigo evitar de pensar que o felino é igual ao dono, porque desde que conheço o Sido, há 11 anos, ele sempre esteve debilitado, seja uma dor no pulso ou refluxo. Finalmente chegamos.
Nosso amigo Kleber mora em Joinville, junto com sua esposa Evellyn, que está grávida de 5 meses. Pouco depois de chegarmos eu começo a sentir o peso da solteirice, pois Sido e as duas meninas se envolvem numa conversa sobre remédios para gatos, Book de fotos para grávidas, decoração, papel de parede e coisas do tipo, que eu não possuo autoridade alguma para comentar. Estranhamente, sinto-me aliviado.
Para o jantar, Kleber me ajuda a fazer hamburguer caseiro. Ficaram foda e todos comeram bastante. Sido comenta que exagerou e que por isso talvez tenha pesadelos durante a noite. O dia acaba com a luta do UFC e vamos dormir.
No domingo, Kleber tem a brilhante idéia de fazer costelinha de porco na churrasqueira. Obviamente ficou foda também. Depois do almoço ficamos conversando sobre coisas triviais e vamos pescar. Eu não sei qual é a imagem que meus amigos tem de mim, mas ficaram meio surpresos quando comento que eu gosto de pescar. Devem achar que só gosto de beber e ver filme (e eu gosto, hehe). No caminho paramos para que o Sido possa tirar fotos da natureza por meia hora, e seguimos para a pescaria. Pescamos uns peixes e mandamos eles para serem limpos. Isso demora um pouco e Sido fica impaciente, como sempre. Antes ele havia falado que queria ir ao cinema, mas depois de duas horas pescando ele diz que está morrendo de cansaço e não quer mais, então vamos embora, sem stress. No caminho de volta, Sido diz que o cheiro do carro novo do Kleber o deixa enjoado.
Ao chegarmos na casa do Kleber, Siduxo desaba no sofá e diz que está morrendo. Kleber passou o fim de semana falando, com medo, em raspar a cabeça. Ao decidir que vai mesmo seguir em frente com essa loucura estética, raspamos as cabeças um do outro, e falamos para o Sido raspar também. Ele rejeita a idéia, por causa de uma verruga na cabeça. Depois comemos os peixeis que pescamos.
Quando combinamos a viagem, Sido havia comentado que queria voltar segunda cedo, e eu concordei, pois tenho afazeres aqui, só que ele e a esposa tiraram a segunda de folga, e, se eu conheço bem o meu pequeno Gollum, ele deve ter ficado um pouco frustrado, visto que o menor detalhe que não saia como ele espera o deixa puto. Aí, depois de um fim de semana tirando sarro das doenças do Sido, ouvindo ele reclamar de todos os detalhes possíveis, e de se comportar como um velho do interior, eu chego à conclusão de que amizade de verdade é uma dessas coisas que não tem como explicar, porque mesmo que ele não esteja disposto a pular na frente de um trem por mim, porque é um cagão, eu pularia por ele.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Mulher não é plano de saúde, mas tem vários anos de carência

Numa quinta-feira normal para um desempregado, eu estava indo ao cinema, dentro do ônibus, quando uma mulher entra e senta-se atrás de mim. Falando alto com uma amiga no telefone, era tão discreta quanto um funk carioca. Falava sobre o homem que estava ''pegando'', e que, pelo que pude entender, ainda gosta da ex-namorada. Falava também sobre o homem que a amiga estava namorando e perguntou se ele era bom de cama. E aí voltava a falar do peguete dela, que não quer nada sério com ela (e descobriu isso porque botou o pobre coitado na parede), mas que a mocinha achava que queria, simplesmente porque o cara saía com ela sempre que era convidado. Tudo isso em voz alta. Em determinado momento ela fala algo que me chama a atenção, porque estava pensando sobre o assunto. Ela pergunta pra amiga se o namoro dela vai dar certo, e em seguida ouço: ''ah, melhor que ficar sozinha, né?''.

Algumas mulheres (não todas, claro. Tem muita mulher foda no mundo, como o Sergio Augusto comentou em seu último texto) PRECISAM ter namorado. Querem namorar não porque amam o cara, mas porque parece que sem namorado o mundo todo vai olhar pra ela e pensar que, sei lá, ela tem um cheiro esquisito ou que gosta de sertanejo universitário. Simplesmente não conseguem ficar sozinhas. Aí querem namorar o primeiro que pegam na balada. Ou que pelo menos o cara fique atrás. Claro que também tem homem que namora sem estar amando a mulher, mas por motivos diferentes. Se o cara namora só por namorar é porque pode com...fazer amor com ela a hora que quiser, fora as outras comodidades que um relacionamento pode oferecer. As mulheres não. Pra elas é fácil conseguir alguém pra fazer sexo. Porém, todo mundo sabe que, na maioria das vezes, elas não querem só sexo, e conseguir alguém que também dê carinho e se importe é mais difícil. Aí, pô, ele quer namorar,é legal e tudo mais, ela namora, mesmo não gostando dele. Mas essa é só minha opinião. Posso estar errado. Embora duvide que esteja.
Claro que esse assunto tem muitas variáveis e eu nem arranhei a superfície porque não sou o Freud, mas se você é uma mulher segura de si, que sabe ver o lado bom de ficar solteira por uns tempos, que não se sente inferior ou não fica se comparando às mulheres que tem namorado e sabe que isso é uma bobagem enorme, e que namoro, casamento ou qualquer tipo de relacionamento é importante de verdade, a gente te ama. Se você acha que é extremamente importante ter um homem pra sair com você, pra ficar em casa vendo TV, pra ficar ligando o dia todo ou simplesmente só pra mostrar pro mundo que tem alguém que quer você, mesmo que você não o ame , se liga né, porra?


terça-feira, 30 de julho de 2013

Mulher pra NÃO casar

É fácil para um homem heterossexual resgatar velhos (mas ainda em uso) chavões machistas para classificar a mulher ideal: aquela que é bonita e cuida de seu corpo, é sensível, romântica, gosta de ter a casa sempre limpa, veste-se de maneira aceitável pela sociedade, é comportada na presença de outras pessoas, compreensiva em relação aos horários de trabalho e lazer do marido, sonha em ser mãe e cuidar da casa e ainda satisfaz sexualmente seu parceiro.

Se você também considera este o ideal de mulher e esposa, posso garantir que, no mínimo, você possui uma mentalidade bastante retrógrada. E o pior, parando desse jeito no tempo, você provavelmente não terá a oportunidade de conhecer mulheres maravilhosas que passam longe desse estereótipo e não estão nem aí para entrar nesta classificação paupérrima do que é “ideal”.

Um exemplo é a mulher que é independente psicológica e profissionalmente, escolhe fazer as coisas que gosta e quer realmente fazer, compartilha histórias e não fica apenas escutando as que você conta, tem o seu cantinho (ou cantão, tanto faz), mas não considera nenhum lugar como definitivo, esbanja personalidade e inteligência sem ser arrogante, gosta de festa, fazer amigos e conversar sobre tudo, aprendendo e ensinando, sempre com muito bom humor.

Se você acha que é impossível encontrar alguma mulher assim, livre-se do cabresto do preconceito e comece a olhar em volta, dando a si mesmo a chance de conhecê-la. E caso isso aconteça, faça-lhe um favor: não a peça em casamento. Não tente enquadrá-la em regras de sociedade ou podar sua liberdade, ela não tentaria fazer isso com você.

E lembre-se que não existe a mulher ideal, mas existe a mulher foda. Para. Caralho!

sábado, 20 de julho de 2013

A velhice minha de cada dia.

Ir na famigerada balada me embrulha o estômago ultimamente. Eu nunca gostei muito de ir em lugar cheio de gente, com música alta pra cacete, sem espaço pra me mexer e só com gente igual. É preciso um esforço ridículo pra pegar bebida cara e voltar a ficar apertado no meio de um monte de gente que sai só pra ''pegar geral''. Nada contra isso, mas acho um saco. E não consigo conversar direito, porque preciso ficar gritando no ouvido das pessoas e também quase nunca ouço tudo o que a outra pessoa falou. Imagina quando eu tiver uns 40 anos...
Prefiro bem mais ir em um bar, sentar, ficar falando merda com os amigos, poder mijar a hora que quiser, sem precisar enfrentar uma multidão na ida e na volta. Tomar cerveja de garrafa. Pedir algo pra comer. Conversar e beber mais. E também gosto de fazer isso à tarde. Sair depois das 22h me enche a alma de preguiça (mas posso ficar das 16h até as 5h da madrugada bebendo e conversando).
Outra alternativa é ficar em casa. Vejo pessoas da minha idade loucas pra sair todo fim de semana, loucas pra conhecer gente nova (embora já tenha conhecido muita gente legal em bar), tirar fotos e tudo mais. Pode ser legal, tudo bem, mas ficar em casa também pode. Eu não ligo de ficar em casa, num sábado, vendo filmes, ouvindo música ou simplesmente não fazendo nada. Já era assim antes, e depois que peguei a merda da caxumba e tive que ficar duas semanas sem sair de casa e perder a conta de quantos filmes vi, percebi que não tenho mesmo nenhum problema com esse tipo de atividade. Ter whisky em casa sempre ajuda também.
E é isso. Agora vou sair, curtir A Balada. Do Pistoleiro. Tá passando na TV. Aproveito e deixo uma música foda do filme:


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ultimate Mendigo Championship

14:00 horas. Chego no bar. Peço uma cerveja e fico a esperar meu amigo Sergio Augusto. Entre um gole e outro escuto as conversas de outras mesas, vejo um mendigo pedindo ''moeda pra uma cachacinha'' para todos que passam na rua. Tem sol e parece que será um bom dia.
Sergio chega e começamos a conversar sobre a vida, sobre trabalho, mulheres, filmes, política na Rússia e tudo mais. As horas voam e a noite chega. Vemos umas turistas francesas no Hostel do lado do bar e admiramos a paisagem estrangeira. Um pouco depois, Sergio, astuto e atento como sempre (e um pouco alegre) focaliza sua atenção em uma francesa acompanhada de um cara, e fala: ''vamos lá falar com ela?'' Falo pra ele se sentir à vontade e ele vai. Eu fico acompanhando de longe, rindo. Percebo que o cara ficou bravinho porque, segundo ele, ''chegou antes''. Sergio é um cara pacífico e nunca começaria uma briga, o que não se pode dizer da maioria dos caras por aí. Vejo que o Sergio tenta dar um tapinha nas costas do meninão, e esse recua, putinho da cara. Fico esperto, porque se ele encostasse no Sergio eu chegaria soltando golpes mortais (na minha imaginação, pelo menos). Mas nada acontece e o casalzinho se retira. Sergio volta dando risadinha. O tempo voa novamente. Tomamos uma dose de conhaque, mais uma cerveja e vamos embora.
No caminho para o terminal onde Sergio pega o ônibus, andando meio cambaleantes, ele tem a brilhante idéia de, no alto de seus 41 anos, dizer que ganha de mim numa corrida até a esquina. Corremos, ele perde, eu tiro sarro enquanto ele respira pesado (eu também, diga-se). Vamos andando até o terminal, damos uma mijadinha na rua, porque somos foras-da-lei.
Ao chegar no terminal, Servejão, com fome, vai comprar Ruffles. O cara diz que não tem mais salgadinho de pacote e comemos outra coisa. Vamos para o lugar onde ele pega o ônibus e esperamos. Surge então uma mulher, quase um esqueleto de tão magra. Nessa mesma hora aparece um mendigo e fala que foi campeão de Boxe (e eu lembrei daquele filme em que o Samuel L. Jackson é um mendigo que já foi campeão de Boxe). 

No momento fez sentido e eu comecei a lutar com ele. O puto dava soquinho forte, cheio de graça. Ia falar com o amigo e voltava treinar mais. Em um desses intervalos, escuto Servejão falando pra mulher que ele não tem dinheiro, mas que se ela quisesse, ele daria um abraço. E eles se abraçam. Nada de putaria, só um abraço sincero. Nesse instante o Mendigo Tyson volta, querendo mais. Deixo ele dar uns socos no meu braço e dou um tapinha na cabeça dele. Ficou puto e veio pra cima de mim. Desviei uns golpes e dei bronca nele, falando que não pode agir assim com os amigos. Ele elogiou minha jaqueta e pediu uma igual. Falei que não queria mais ser amigo dele e ele voltou pra onde tava antes. A amiga do Servejão também some.  E ele fala, com um ar profundo, que ela só queria um abraço, assim como meu amigo também queria ,no caso, um clinch. Enfim, queriam um pouco de atenção. Assim que ele acaba de falar isso, emenda com: ''tô com fome, vou comprar salgadinho''. Eu falo que o cara disse que não tinha mais, e escuto um: ''não tem como, cara, sério''. Teimoso, deixo ele ir até lá. Ele volta com um pacote de bolacha vagabunda: ''não tinha mais mesmo''.
Nesse momento, ele percebe que estamos ali há mais ou menos uma hora, e que o ônibus não chegou. O esperto então me fala que na última vez também aconteceu isso, e eu reclamo que ele devia ter lembrado disso antes. Um baixinho banguela de terno sujo interrompe nossa convera e fala que me viu brigando com o outro mendigo e que ele sabe boxe tailandês, porque já foi para Hong Kong. Fala também que numa conversa com Barack Obama, ele pediu pro Obama parar de espionar o Brasil, e que já foi agente secreto. Obviamente demos corda pra ele, e nos divertimos muito ouvindo sobre ele ter viajado pra Hong Kong, ter conhecido Bruce Lee, Barack Obama e o 007. Aí meu lado malvado entrou em ação e eu perguntei se ele estava usando escutas, se estava nos espionando. Ele diz que não, e eu, bravo, falo: ''deixa eu ver, tira o paletó''. Ele tira, e ergue a camisa. No meio do terminal, eu falo: ''abaixa a calça, tem que me provar que tá sem escutas.'' E ele abaixa a calça, mostrando o calção de esportista que estava usando. Servejão entra na onda e fala que sou da Polícia Federal, e eu pergunto se ele quer ser preso. Esperto, ele diz que não, e eu falo pra ele sumir dali. Ele some e não o vimos mais. Confesso que hoje eu lembro disso e dou um pouco de risada, mas também sinto um pouco de remorso (embora dê mais risada). 
Ficamos rindo lá, como dois imbecis, e decidimos que é hora de ir embora com a certeza de que teremos ótimas recordações. 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Se beber, não broxe...


...mas caso broxe, e queira sair com a autoestima lá em cima (porque o resto já era), dedicamos horas para ajudar você, homem trabalhador, que talvez sofra com esse problema comum, que sempre acontece com algum amigo que a gente conhece, e nunca com a gente.
Então, lá na hora de entroujar (esse verbo existe, eu fiz Letras, eu sei) o saci, nada aconteceu. Pode ser cansaço, cachaça ou qualquer outra razão, mas o fdp não levantou. O que você pode fazer pra sair sem o peso da culpa? Jogar a culpa na mulher, óbvio:
''Você não tá me deixando duro, deve ser algum problema com você''
''Hum...geralmente é só pensar em mulher que fica duro...''
''Você podia se esforçar mais, né?''
''Estranho, só acontece isso quando tô com você''
''Logo com você, que coincidência..''
''Você ainda tem aquele catálogo de lingerie?''
''Põe a blusa de volta?''
''Acho que se apagar a luz..''
''Com sua irmã funcionou..''
''Não quer ir tomar um banho, lindinha?''
Se elas sempre acham que a culpa disso é delas, por que você precisa se sentir mal também? Então não esquente a cabeça, relaxe e tente na manhã seguinte.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Minas Gerais

Mulheres. Criaturas realmente mágicas e enigmáticas. Complexas de verdade. E contraditórias como nenhum outro ser vivo. Se você é mulher e está lendo isso, saiba que nós te amamos, mas que vocês enchem o saco às vezes.
Sempre notei em algumas amigas um fenômeno interessante: a incrível capacidade de se apaixonarem por caras que não estão nem aí pra elas. É claro que homens também passam por isso, mas me parece que com mulheres a porcentagem é maior. E as reações um pouco diferentes também. Eu odeio generalizar, mas sempre achei que as mulheres são mais emocionais e, de vez em quando, não pensam direito nas ações que tomam. Ela pode perceber e desconfiar que o cara não quer nada com ela, só quis ficar uma vez (o que nem é algo particular dos homens, mulher também pega homem só por pegar. Só que, porra, como assim ele não quer nada?) e mesmo assim vai até o final, mandando o máximo de SMS possível, até a esperança acabar de vez. E esses SMS geralmente são geniais. Tem aquele que implora pro cara sair com ela: ''eu ia te chamar pra jantar fora, mas sei que você não vai, então nem vou chamar''. Tem aquele ''oi'' seguido do ''desculpa, mandei pra pessoa errada''. Tem os mentirosos, tipo ''ah..se eu não fosse sair sábado com uns amigos, ia te chamar pra ver um filminho aqui em casa..''. E o pior,ela pode fazer isso sem estar apaixonada., só porque quer alguém atrás dela. E aí o cara responde qualquer coisa, como: ''oi, tudo bem? desculpa não responder antes''. E ela fica procurando todos os significados possíveis para cada letra da mensagem, tentando achar algum que diga que ele está minimamente interessado. E é óbvio que você, mulher que está lendo isso, vai falar que você não é assim.


"彼は言いたかったことか。"

Depois, passada a desilusão e a dor da rejeição, ela fala que vai começar a cuidar mais dela, não se apaixonar tão facilmente, escolher melhor, sair com as amigas e mostrar como está bem sem homem nenhum, como em uma música do Luan Santana. E ela faz isso. Até o final de semana seguinte.

domingo, 7 de julho de 2013

Sexo Trágico

No quarto, o cara não consegue dormir direito porque seu bebê chora a madrugada inteira e sua mulher tem de se levantar da cama a cada trinta minutos. “A hora em que eu mais preciso de sossego e acontece isso!”, pensa ele. Pensa também por alguns instantes que seria melhor se tivesse usado camisinha, mas depois reflete um pouco mais e amaldiçoa a esposa por ter esquecido de tomar a pílula. “Ela se esqueceu, sei...”. No café da manhã apressado, a mulher lhe dá “bom dia” com o neném no colo e ele se resume a responder rispidamente “Teu filho me atrasou. De novo.” E sai para o trabalho.

No trânsito, buzina a todo instante, como quem afirma que o erro sempre é dos outros motoristas. Aliás, outros, não! OutrAs, porque, em sua opinião, só mulher faz barbeiragens desse nível, ainda que ele veja de longe, rapidamente, e não reconheça o sexo do condutor. Aproveita para buzinar para uma estudante que passa pela calçada. Ela não usa decote nem saia curta, mas se está com uma calça apertada é porque “está querendo oferecer o produto”. Ele diz coisas desagradáveis, acha que está elogiando. Ela, constrangida, acha melhor ignorar. “Essa vadiazinha é difícil”, resmunga pra si mesmo. Sinal abre, ele sai cantando o pneu para impressionar.

No trabalho, mais um dia de merda. Computador lerdo, serviço acumulado, chefe enchendo o saco. A cada oportunidade em que não há ninguém por perto, verifica os emails que seus colegas lhe repassam durante o dia, geralmente com a palavra “cuidado ao abrir” acompanhando o título da mensagem. Faz sua parte, claro, e repassa todas as putarias que recebe. “É, putaria mesmo! Posou nua? É puta! Foi filmada pelo namorado enquanto dava pra ele? Puta burra! Fez filme pornô? Puta profissonal!”. Ao final do dia, passa pela recepção da empresa e ainda assedia a recepcionista, como de praxe. “Ela é meio feinha, mas tem uma bunda gostosa. Claro que quer que mexam com ela”.

Em casa, após o banho e o jantar preparado pela esposa, lembra das mulheres que viu na rua, na empresa, nos emails, e fica excitado. Olha para a mulher e dá indiretas para irem logo pra cama. Após uma semana sem sexo, ela já deve estar com vontade novamente. Para tentar agradar, diz que vai ajudá-la a lavar a louça depois. Ela não acredita muito, mas põe o bebê para dormir e eles vão pra cama. Após quatro minutos por cima dela, ele goza, diz que está cansado, que o dia foi um sufoco e que não via a hora de chegar em casa para ver a mulher que ama. Vira para o lado e dorme de imediato. O ronco só é interrompido de madrugada, pelo choro da criança.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Porque acordamos

Sete horas da manhã e a família toda acorda. A esposa prepara o café porque hoje a empregada faltou (de novo), o filhão se arruma pra mais um dia de escola e, depois, aula de piano, e eu tomo um banho e coloco meu terno azul marinho preferido. Durante o café, damos risada e planejamos o fim de semana, afinal, hoje é sexta. Peço para meu filho ver o que está passando nos cinemas e ele me diz que estreou o novo Homem de Ferro. Digo que é esse mesmo que vamos ver, acabo meu café e falo pra ele se apressar para que eu possa levá-lo para a escola. No caminho, um trânsito infernal. Parece que todo mundo pode comprar um carro agora, e mesmo assim vejo ônibus cheios. Esse pessoal brota da terra, acho. Paro em frente à escola do meninão e ele me pede 100 reais, para comer e ir ao shopping depois da aula. Recentemente tive que cortar a mesada dele para um valor em torno de 400 reais, porque não tá fácil pra ninguém. Dou os 100 reais que ele pediu e vou ao trabalho.
Na hora do almoço com os colegas, eles sugerem uma churrascaria, e nós vamos. Chegando lá, me espanto com o preço: 42 reais por pessoa. Por isso tem gente morrendo nesse país. Durante o almoço, meus companheiros de trabalho parecem indignados como eu. Um deles teve que cancelar uma viagem em família para Las Vegas porque o dinheiro está curto. Outro não vai poder trocar de carro esse ano. Comento que enquanto nós, trabalhadores, muitas vezes passamos necessidades, tem muita gente recebendo bolsa-esmola por aí. Triste ver o país indo para o buraco desse jeito. A tarde passa.
À noite chego em casa, a família reunida vendo filme no pay-per-view e se divertindo, e junto-me a eles. Foi um ótimo final para o dia.
No dia seguinte, sábado, acordamos um pouco mais tarde e pulamos o café da manhã. É dia de shopping e cinema com a família. Minha esposa sugere um restaurante para o almoço, e eu falo que hoje seria melhor comermos no shopping mesmo, para economizar e não passar dos 150 reais. E lá vamos nós. Após o almoço vamos para o cinema, e na hora de comprar os ingressos me surpreendo mais uma vez, pois filmes em 3D estão muito caros. Dessa vez vamos assistir ao filme, mas no próximo sábado vamos ver algum filme em casa mesmo, no pay-per-view de novo (cultura e lazer nesse país são coisas cada vez mais distantes de nós, pessoas normais). Após o filme, vamos pra casa da minha sogra, pois meu filho vai dormir lá, para que eu e minha esposa possamos sair à noite.
Anoitece, minha esposa se arruma, linda como sempre, e eu boto a calça saruel que comprei essa tarde, e uma camiseta branca, bem básico e moderno. Vamos para um barzinho na Avenida Batel, curtir o bom e velho Rock'n'Roll. Nem preciso falar que a conta foi alta, e que agora estou mesmo convencido de que morar nesse país está cada vez mais caro e díficil. Na saída do bar, deparo com outra situação cara: o menino que cuida dos carros. Como estou com o orçamento apertado, dou apenas 10 reais para ele. Eu e minha esposa seguimos para um motel e, pasmo, vejo que apenas 2 horas lá custam mais que o salário da empregada que falta toda vez que o filho está doente.
No dia seguinte pegamos nosso filho na minha sogra, que insiste em fazer almoço para a gente. Eu digo qe não precisa e vamos em um restaurante qualquer. Depois do almoço meu filho pede para que eu o deixe na casa de um amiguinho, e mais 50 reais. Eu dou o dinheiro, afinal o moleque ainda não se acostumou com a nova verba mensal. Minha esposa sugere irmos ao shopping passar o tempo e eu concordo, porque lembrei que preciso de um celular novo.
Chegando ao shopping não encontro vaga para estacionar. O lugar cheio de carros velhos e adesivos provavelmente falsos de deficientes físicos. Estressante. Vejo, enfim, um Chevette saindo de uma vaga e entro na mesma, me perguntando o que é que o dono desse carro poderia ter ido fazer no shopping. Estranho. Dentro do shopping, dou uma volta com a esposa, compro o novo IPhone e vamos para a fila do McDonalds, pegar uma casquinha. Fila enorme, diga-se de passagem. Cheia de mulher com cabelo ruim e filhos gritando,se jogando no chão e com brinquedinhos de plástico. Pegamos nossos sorvetes e vamos em direção à fila para pagar o estacionamento. De novo, muita gente. Gente com chave de Kadett, gente contando moedas, gente cheia de sacola da Renner. Enfim ,vamos embora. Pegamos nosso filho na casa do coleguinha e vamos para nossa casa ver Fantástico.

sábado, 22 de junho de 2013

Santíssima Trindade - Parte II: Manifestagram

Política todo mundo faz, a todo o momento, com seus amigos e familiares, em casa, no colégio, na faculdade ou no trabalho. É a popular “troca de favores” e sem isso não se convive em grupo. Logo, você não tem como odiar a política se não for um ermitão (e aí você não estaria lendo isso).

A representação política (vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e presidente) reflete as características do próprio povo que a elegeu. Se o índice de corrupção é alto nesta representação, é porque a maioria do povo brasileiro tem isso no sangue, infelizmente. Você pode achar que faz parte do grupo que não corrompe e não é corrompido. Mas a corrupção está nas pequenas coisas também. No ato de “molhar a mão” do guarda de trânsito, sonegar o imposto de renda, receber troco a mais e não devolver, comprar ou vender produtos e serviços sem nota fiscal, etc. Se você não tem esse tipo de atitude ou algo semelhante, ótimo. Caso tenha, lamento, mas perde os argumentos usados para reivindicar qualquer coisa.

Ok, você é um cidadão honesto e acha que sua cidade, estado e/ou o país estão mal administrados. Você tem o direito de fazer alguma coisa a respeito, seja conversando com as pessoas, formando grupos de representação de sua comunidade, filiando-se a partidos políticos, votando conscientemente ou se manifestando nas ruas. Primeiro passo: informar-se! É fundamental saber o que falar e a quem direcionar o protesto. No começo das manifestações, as palavras de ordem eram “tarifa mais baixa”, direcionado à prefeitura de São Paulo. Conseguiram a redução, porque o movimento tinha uma pauta definida e concreta, além de um alvo específico. Assim, funciona (apesar de o governo ter mencionado que vai tirar do orçamento de outra área para conseguir manter o valor da tarifa). Mas se for para a rua atirando pra tudo que é lado (em todos os sentidos), não surtirá o efeito desejado. E, pelo que presenciei, a maioria é leiga, muitos estão lá pra fazer festa (e tirar fotos pra “galere do face”) e poucos realmente têm algo a dizer. Sou totalmente a favor de levantar a bunda do sofá, mas com coerência, por favor.


Abraço do Servejão, um anarquista utópico incompreendido, mas com pé no chão.

domingo, 16 de junho de 2013

Caxumballs

Terça, dia 11 de Junho, indo para o trabalho ao anoitecer, percebo um pequeno inchaço no lado esquerdo do meu pescoço. Penso comigo que devem ser gases, claro. Chegando lá, peço para algumas amigas darem uma olhada, e opiniões. Algumas dizem que pode ser caxumba ou alguma outra coisa que não lembro. Uma delas diz que se for caxumba eu tenho que cuidar, porque pode descer pro saco. Cacete, encho-me de preocupações.
No dia seguinte vou ao médico, e puta merda, é caxumba mesmo. Minha mãe, ao me ver, fala para eu cuidar muito, porque pode descer pro saco. Ok, já me falaram e eu não havia esquecido. Precisamos sair à noite, casamento do meu tio (eu tinha que ir pra acreditar que ia mesmo acontecer) e fomos buscar minha vó. Ela entra no carro, primeira coisa que fala é: ai, cuide, porque isso vai pro saco.



Durante o jantar, não conto pra ninguém sobre minha condição, mas as pessoas percebem que não consigo movimentar o pescoço e que estou derrubando arroz toda vez que tento comer. Uma pastora, do meu lado, pergunta se estou com torcicolo e eu digo que sim. O jantar acaba, e na despedida, a tal pastora vai me abraçar e solta um violento golpe bem no meu pescoço inchado. Todo o ar some dos meus pulmões. Sinto a vida esvaindo-se de mim. E aí ouço: que Deus te cure. Irônico.
A partir desse dia todo mundo me fala que pode descer pro saco. E eu faço tudo com o maior cuidado, porque porra, não quero essa merda no meu saco. Por isso estou escrevendo menos aqui. Porque pode ir pro saco. Servejão sumiu porque tá ocupado com os ensaios do grupo de dança folclórica, mas ele volta também.

Uma boa semana para vocês. Cuidem, porque pode ir pro saco.

Nícolas

terça-feira, 11 de junho de 2013

O dilema do primeiro encontro.

Olá. Venho aqui hoje para compartilhar minha opinião sobre mulheres que fazem sexo no primeiro encontro. Um tema um tanto quanto espinhoso, pois seres humanos adoram julgar comportamentos alheios.
Tanto homens quanto mulheres fazem isso, você provavelmente faz isso, até eu faço isso. É provável também que a maioria dos homens, e algumas mulheres, ache errado e ''feio'' a mulher sair com o cara pela primeira vez e ir pra cama com ele. E aí eu pergunto: errado por que?
Nesta sociedade machista em que vivemos, é normal o homem falar que adora fazer sexo. Mas, porra, por que é que a mulher não pode gostar também?
Homem ou mulher que pensa que mulher é vadia só por transar com o cara na primeira noite não deve saber que vive em 2013, porque é um pensamento ridículo de tão pequeno. Eu sempre achei que as pessoas devem fazer o que gostam e o que querem. Se um casal se conhece e marca o tal do primeiro encontro e acaba na cama, o que tem de errado? Nada. Errado é deixar a ignorância e o preconceito cortarem logo de cara algo que pode acabar sendo uma coisa legal. Se você é um cara que se acha superior às mulheres e concorda com a idéia de que mulher que faz isso é vagaba, é bem provável que você já tenha deixado escapar algumas mulheres bem legais. Separá-las em ''mulher certinha'' e ''vadia'' não faz sentido. Se você é um cara seguro de si, que gosta mesmo de mulher, você entende que elas são mais fodas do que nós. E gosta disso. Eu, por exemplo, acho legal demais mulher transar na primeira noite. Ou não transar. Desde que seja a vontade dela.
Enfim, sem mais delongas, homens e mulheres, não fiquem se preocupando com essas merdas. Deixem as pessoas fazer o que elas querem. E faça o que você quer, também, mas com consentimento. Forçar algumas mudanças não é o caminho pra nada.

                                                       Servejinha curtiu.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Djavan Filosofia

Como pode? Alguém explica?
Um ser cantante, voz que irrita,
imitante jazzista, ininteligível letrista,
fazer sucesso em excesso,
réu confesso no processo
da metamorfose da melodia
em merda do dia?

A resposta, quem diria,
parece estar na dicotomia.

Toca de noite, toca de dia,
alê auê mainha jabaculê baixaria.

Oh, pleura! Gases na ferida!

Pleonasmo asmático.
Tal qual bacanal ungido
que não deve ser estendido
e entendido não é.


domingo, 9 de junho de 2013

O Rio do PH.

Em Outubro de 2011 Eric Clapton veio ao Brasil. Não tocou em Curitiba, por isso fui até o Rio de Janeiro para ver o mestre ao vivo. Eu não ligo muito pra cidade, mas o Rio é especial por um motivo: Paulo Henrique.
Não, não, nunca peguei. Somos héteros e Paulo ''River Dog'' Henrique é casado com uma mulher muito legal. Conheci PH nos tempos do Orkut, em uma comunidade sobre cinema. Desde o começo foi um cara que me cativou. Como eu já havia ido ao Rio no final de 2008 para o aniversário desse grande (não na estatura) homem e também havia ficado em sua casa por 2 ou 3 dias ( prometi ao PH que não mencionaria aqui que um rato apareceu no restaurante onde comemoramos o aniversário dele), me senti à vontade para pedir abrigo mais uma vez. E o abrigo não foi negado.
Chego no Rio de Janeiro na tarde de uma sexta, PH me esperando no aeroporto, elegante, usando chinelos. Vamos para sua casa, conversando sobre vários assuntos e sobre a vida. PH é como os guias que vemos em filmes, explicando todas as manhas sobre a cidade que conhece tão bem. Chegamos na Maison PH, coloco uma roupa mais adequada ao clima infernal da cidade, passo a mão no Zein, o cachorro do PH ( o cachorro mais sensacional que já vi. Mais inteligente que maioria dos humanos, talvez porque o PH passe o dia conversando com ele como se o cãozinho fosse um humano mesmo ) e vamos encontrar nosso outro amigo, Kpenga, que está no Pão de Açúcar com duas amigas alemãs.
Durante o caminho até o Pão de Açúcar é provável que tenhamos dado risadas sobre assuntos envolvendo o PH mas não lembro. Ok, chegamos no local, Kpenga está lá na frente, esperando as alemãs, que foram dar uma voltinha. Elas voltam, somos apresentados. Kpenga comunica que precisa ir dar uma mijada, deixando as alemãs comigo e com PH. Elas sabem Inglês, eu sei Inglês, mas PH só sabe ''carioquês''. Traduzo algumas coisas para meu amigão, converso com elas, simpáticas e tudo mais. Perguntam idade do PH. Ele diz que tem 36. Depois descubro que ele mentiu a idade. O motivo eu não sei. Kpenga volta.
Depois do Pão de Açúcar a gente anda pra cacete, porque as alemãs queriam ver alguma coisa, a casa de não lembro quem. Cansados após a andança, vamos tomar uma cervejinha na Lapa, acho. Bebemos, rimos conversamos. PH precisa ir embora para ver a esposa. As alemãs acham fofo ele se preocupar assim. Saímos do bar e PH some, para logo retornar com uma sacolinha cheia de balas de morango e um bombom pra cada um, pra dar uma aliviada no álcool. Aí que a mágica ''PHística'' entra em ação. As alemãs acham isso a coisa mais fofa do mundo, porque aparentemente os homens daquele país são uns bostas e PH arranja novas fãs. PH vai embora, e eu e o Kpenga levamos as alemãs num baile funk e numa balada vazia. Vou embora pra casa do PH, e ao chegar lá, vocês não sabem o que eu vejo ao abrir a porta. PH em um pijaminha azul bebê. Nunca em minha vida vi algo tão bonitinho assim. Vou dormir tranquilo ao saber que estou na casa de um anjinho.
No dia seguinte PH me ensina a ir no local do show, pois precisava pegar os ingressos. À noite encontramos o Kpenga em Copacabana, para drinks. No metrô, falamos pras alemãs que o apelido do PH é Teddy  Bear ( ''ursinho'' em português). A partir desse momento, só chamamos ele assim. Comemos pizza com as alemãs e Teddy Bear nos deixa na frente de uma escola de samba. Lugar divertido, cheio de gente. As alemãs começam a tirar fotos de tudo que acham interessante. Eu e o Kpenga também. Lembram dele?





Depois da escola de samba, as alemãs voltam para o hotel, e eu e o Kpenga entramos num puteirinho, para mijar ( sério ). Ganhamos duas doses de whisky lá e sentamos bater um papo. No meio de uma conversa sobre as escolhas artísticas de Robert Downey Jr, uma prostituta de uns dois metros, negra, chega na gente, oferecendo seus serviços obscenos.  Kpenga diz que ela é linda, mas que só estávamos passando tempo ali. Saímos de lá e fomos beber na beira da praia até o amanhecer. Como um casal de bichas. PH me manda um sms no meio da madrugada, perguntando se tá tudo bem, e eu imaginei ele no sofá, de pijama azul, perninhas cruzadas, me enviando mensagem no celular. Ele é fofo assim.
Chego na casa do PH umas 10 da manhã de domingo. Durmo umas 3 horas, almoço e vou pro show. Kpenga também vai ao show. Espero ele lá na fila, e quando percebo, um cara alto, de calça xadrez, se aproxima. É meu amigo. Pergunto se ele está indo ver show do Justin Bieber, porque calça xadrez é muito gay. O show foi foda. Clapton é foda demais. Volto pro PH pra dormir e me preparar para voltar pra casa no dia seguinte.
A segunda- feira chega e PH prepara almoço pra mim, pro Kpenga e pras alemãs. Kpenga chega e vai direto ao quarto onde PH guarda seus filmes. Os filmes do PH mereciam um texto separado. Lá nesse quarto você pode encontrar clássicos como  ''Efeito Borboleta'', ''Um Caso à Três'', ''Um Amor para Recordar'', ''O Som do Trovão'', ''Eliana e o Segredo dos Golfinhos'' e muito mais ( deixando claro que ele também tem uns três filmes bons). Kpenga tira umas fotos segurando os filmes, porque porra, PH é sensacional.
Almoçamos, PH ganha brigadeiro de colher na boca de uma das alemãs, e elas vão embora. Eu fico mais um pouco e chamo um táxi pro aeroporto. Na viagem de volta, impossível não pensar que melhor do que ver o Cristo ou qualquer outro ponto turístico, é passar uns dias com esse pequeno grande homem, um dos mais legais que já conheci.


Uma semana de muitas alergias para vocês.

Nícolas.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Friend Zona

Primeiro de tudo, vamos parar de frescura: não faz o menor sentido torcer o nariz pro assunto prostíbulo/zona/boate/bordel/puteiro. Nem alimentar preconceito ou achar que ofende alguém ao chamar de “putanheiro” ou “vagabunda”. Não interessa se você acha que isso é errado, que é o fundo do poço tanto pra cliente quanto para profissionais do ramo. Oito em cada dez homens já foram a uma zona ao menos uma vez na vida*, portanto, sacanagens à parte, hipocrisia de cu é rôla. Agora posso contar o causo.

Começou, como de praxe, num boteco, bebendo todas até altas horas. Estávamos em uns cinco ou seis jaguaras falando muita merda e também muita coisa que preste, até que um deles sugeriu finalizar a noite numa zona. Tá certo que a bebida lá é bem mais cara, mas ninguém vai em puteiro pra ficar enchendo a cara, só pra se divertir mesmo. Eu falei que não iria porque não tinha quase nada de grana, já tinha gasto a maior parte no bar, mas um desses amigos garantiu que me emprestaria uma grana, até porque a intenção não era demorar muito.

Chegando no estabelecimento, tivemos uma ótima recepção e cada um da turma foi se acomodando com uma puta. Lembrei meu amigo da grana e ele só falou “nem esquente, só não gaste muito”. Gostei de uma moça lá, ela estava disponível e veio ficar comigo num dos sofás do lugar. O “ficar” era só isso mesmo, pagar umas doses a ela, receber uns agrados, pagar outras doses e conversar. As doses são caras, mas é justo, muita gente vai só pra se divertir, mas sem fazer sexo. Com as doses, conseguem arrancar um pouco mais da nossa grana. Pois bem, o tempo foi passando, eu ficando mais e mais alegrão e pagando mais doses pra moça. Quando vi que já havia passado um bom tempo, pedi pra ela calcular o valor da minha consumação. Ela voltou, mostrou o total e eu fiquei estupefato! Havia gasto pelo menos o triplo do que eu tinha. Despedi-me da acompanhante e esperei aquele meu amigo aparecer pra emprestar o dinheiro que faltava. Quando ele veio, comentei e ele começou a rir sem parar. Achei que era apenas pela minha desgraça, mas ele confessou que, por descuido, havia gasto também a grana que iria me emprestar. Shit!


Ainda bem que eu estava bem bêbado, porque pude rir junto, mesmo sabendo que eu tava fodido. Fomos conversar com a mulher do caixa, foi uma novela até ela entender a lamentável situação e me dar esporro (sem trocadilhos, por favor). Enfim, consegui fazer um acordo com ela: deixaria meus documentos e me comprometeria a voltar em duas semanas para pagar a dívida.

Passado este período, combinei com os amigos de voltarmos lá, dessa vez eu teria mais grana, tudo melhor planejado. Só que fizemos a mesma coisa, fomos antes a um bar e bebemos um monte. Cheguei na zona já alegrão e a primeira coisa que fiz foi pagar a dívida e pegar meus documentos. Mas não é que, mesmo com aquele sertanejo universitário ingrato no maior volume, eu me animei e fiquei com outra mulher lá? E até pensei “dessa vez não vou exagerar”. Algumas doses e vários agrados depois, hora de ir embora. Fecho a conta e... Já dá pra imaginar, né? O valor total ficou bem mais alto do que eu pensava. Verifiquei a carteira e eu não estava errado. “Eu me fodi de novo”. E dá-lhe conversa, mais uma novela (maior que a primeira), mais esporro da mulher do caixa e mais uma vez meus documentos deixados na zona.

Mais duas semanas se passaram até que arrumei grana pra voltar lá e pagar. Lembro que tava um frio absurdo, chamei os amigos, mas dessa vez eles não podiam (e ir na zona sozinho não tem muita graça). Quase indo pro ponto de ônibus para voltar pra casa, comecei a filosofar – estava completamente são. Decidi ir sozinho mesmo por questão de lógica. Sóbrio e sem a turma, não teria tanta graça, chegaria lá, pagaria e viria embora. Fiz isso. Menos a parte de ir embora, porque a moça que havia ficado comigo na última vez insistiu muito para que eu ficasse mais um pouco. E, sério, se você não conhece, não sabe o poder de persuasão de uma puta. Paguei só umas duas doses, ela sabia que eu não iria ficar muito tempo mesmo, mas me agradou bastante, fez questão de colocar um vestido beeeeeem mais curto apesar do frio congelante, como se eu tivesse pagando rios de dinheiro pra ela. Ao final, é lógico, me abraçou e disse que gostava muito de mim.

Tem como não gostar de um lugar desses? Finalizo com a célebre frase daquele meu amigo, companheiro dessas andanças: “A zona é boa, a zona é jóia. Tem gente que não gosta, mas tem gente que apóia.”

* 83% das estatísticas são inventadas no momento em que são citadas.     


Servejão.



quinta-feira, 6 de junho de 2013

A volta dos que não foram.

Não faz diferença se você, mulher, namorou um cara por 10 anos ou ficou com ele por 10 dias, se ele volta a falar com você depois de um tempo separados, elogia, pergunta se tá namorando ou ficando com alguém, é porque ele quer te comer.

                                          ''Oi, voltei e quero te comer.''



Mulher é um bicho complicado pra cacete, a gente sabe. Mas homem é uma merda. Se a mulher leva fora ou termina, ela vai querer fazer com que o cara sinta ciúme, que ele fique pensando: ''pô, perdi uma mulher bacana...''.  O homem não.Se ele termina ou leva fora, ele supera, e se depois de um tempo estiver na seca, meio sem pegar ninguém, é quase certo que ele vai querer pegar uma ex-ficante ou ex-namorada, porque já se conhecem, e porque  na cabeça dele ela nunca o esqueceu. E não importa a maneira como eles se separaram. Ele pode ter comido a melhor amiga dela, pode ter namorado outra ao mesmo tempo ou usado chinelo e meias pra sair com ela, ele vai voltar depois de um tempo: ''tá bonita, hein?''.


Um abraço bem forte.

Nícolas

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Demasiado borracho

Antes de tudo preciso contar uma coisa: poucas vezes passei mal por abusar do álcool. De verdade mesmo. A gente se diverte, bebe um pouco e tal, coisa normal. Mas passar mal de verdade foram poucas vezes. O relato a seguir é sobre uma dessas vezes.
Em um sábado, talvez de Abril ou Maio, marquei com amigas do trabalho ( é, soa como Sex and the City, eu sei ) de irmos no Sheridans, um pub irlandês aqui da cidade. Lugar legal, pessoas mais legais ainda. Ao chegar lá, lugar cheio, as meninas em uma mesa perto do palco, sento-me com elas e peço uma caipirinha.
Conversamos sobre assuntos que não vou me lembrar agora, mas nada que vocês precisem saber. Tomo umas 5 caipirinhas. Decido tomar uma cerveja e peço uma Heineken. Não sabia, mas era o começo do fim.




                                           Ralando na boquinha da garrafa 

Preciso dizer que a banda que estava tocando no dia era uma merda. Não lembro o nome, mas era uma bosta. Geralmente essas bandas que tocam em lugares bonitinhos são ruins (exceções existem, claro) e essa não era diferente. Minha alma é velha, eu gosto de ir em bar e conversar, algo que a banda de merda estava dificultando. Bebo mais. Talvez umas 5 Heinekens. Fico de saco cheio daquela merda de banda tocando em alto e ruim som. Recebo uma mensagem de texto do Servelicious. Por acaso, o rapaz está no Yankee, logo na frente do Sheridans. Despeço-me do pessoal e dirijo-me ao local onde meu amigo se encontra.
Entro no lugar, uma banda de Rockabilly no palco, meu amigo Servejão perto do balcão. Ah, sinto-me em casa. Pra agradar o rapaz (e porque eu já estava bêbado e generoso), peço uma dose de Jack para ele e uma para mim. Puro, sem frescura de gelo, somos machos. Tomamos uns goles, conversamos, rimos. Peço mais uma dose para cada um. Atrapalho um amigo nosso que estava xavecando uma gatinha, fazendo ela ir embora. Tomamos mais umas 3 doses cada um. É, eu sei, dois inconsequentes.
 A partir daí flashes assombram minha mente. Uma mensagem de texto escrita errada ( celular touch e álcool, sabem como é ). Eu saindo do Yankee e indo em direção ao Sheridans. Um grupo de patricinhas na frente. Eu encostando num poste. Eu vomitando. Patricinhas falando ''ui''. Eu sentado no banquinho do vallet porque estava cansado de vomitar em pé na calçada. Minha amiga falando que não ia me levar assim no carro dela. Eu pedindo pro táxi parar na rua pra poder vomitar mais. Eu em casa, no banheiro, achando que ia morrer e pensando que não devia beber nunca mais.

No final, sobrevivi.

Nícolas.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Santíssima Trindade - Parte I: Que time é teu?

Futebol é entretenimento para o espectador, quem tem de levar o esporte a sério são os profissionais envolvidos. Torcer por um time é algo um tanto irracional, não tem lógica nenhuma, e levar isso a sério é dar chance para a merda acontecer. Óbvio que não estou falando sobre a diversão saudável de zoar e ser zoado (nenhum time sempre ganha ou sempre perde, né não?), pois isso é justamente não levar a sério o que foi feito para passar o tempo. O problema é a estupidez de se sentir ofendido ou tentar ofender com a zoação e partir para a ignorância, enquanto os jogadores de seu amado time nem sabem da sua existência e seu idolatrado clube só quer saber do seu dinheiro. Se não foi você quem começou com as ofensas, pare com elas. Se foi, pare antes ainda.

Abraço do Servejão, um são paulino não muito empenhado.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Por que porta dos fundos faz tanto sucesso?

Porque o que é proibido é mais gostoso.

A carne nossa de cada dia.

Nos últimos dias várias pessoas compartilharam o vídeo do menininho falando que não quer comer animais. É fofo porque ele é uma criancinha, mas não deixa de ser bobagem. Se isso de ser vegetariano é um estilo de vida, eu não respeito. Existe, porém, algo pior: o veganismo. Eles não comem, vestem, usam e nem olham para nada que seja feito ou que venha de animais. Frescura. Pra mim, a vida sem carne de porco, carne bovina, queijo e feijoada não é vida. Passamos pouco tempo no mundo, porque não experimentar todos os tipos de comida que podemos experimentar?
Além de considerar frescura isso de não comer carne, também  acho uma coisa meio rude. Se eu faço um churrasco na minha casa e vem algum vegetariano, ele vai se foder. Só vai comer alface. Se tiver alface. E nem vou comentar sobre as proteínas, embora falem que o corpo não deva ser poluído por elas. Como os meninos de South Park já falaram: se você não come carne, pequenas vaginas irão surgir em sua pele.
Então, porra, se você é desses vegans pentelhos, dê uma chance e experimente uns pedaços de carne. Se você não gostar, tudo bem. Mas se gostar, aproveite. Comer não deveria ser ativismo. É pra se divertir, aproveitar e até aprender sobre aspectos de várias culturas e países.
E para findar esse texto, compartilho com vocês algo que presenciei. Num churrasco de uma família amiga minha, um dos convidados só comia carne de soja. O patriarca assou a carne de soja e, ao perceber que o  rapaz não havia comido nada, indagou: ô cara, você não vai comer essa merda?

Sucesso para todos vocês.

Nícolas.

domingo, 2 de junho de 2013

Frio do cão.


Que horas são?

Chego ao ponto de ônibus alguns minutos antes do horário, como de costume. Sou velho e cheio de manias: tento chegar sempre um pouco antes em todos os lugares, só coloco meia e amarro cadarço começando pelo pé esquerdo, não experimento comida em restaurantes, não gosto de comprar roupa, durmo em qualquer lugar quando bebo muito (até em escada de zona, ao lado da caixa de som no volume alto), entre outras coisas. E não uso relógio de pulso. Nada demais, só não curto mesmo. O problema é que em certas situações eu procuro constantemente saber as horas, quantos minutos se passaram desde a última olhada. E esperando ônibus é uma situação desse tipo.

Frio pra caralho, pego meu celular do bolso para ver as horas. É do tipo flip, comprado há uns cinco anos, mais por insistência da namorada que não agüentava mais me ver com o celular mais antigo que parecia um tijolo com botões. E começo a pensar nisso, por que nunca mais troquei de celular? Todo mundo aí de smartphone, touch screen e tal, podendo tirar foto de comida, interagir online enquanto está numa reunião com amigos... E eu nem câmera tenho no celular. Fecho o aparelho e o guardo no bolso. E lembro que não vi as horas.

Dou risada da minha idiotice, olho pra rua, nem sinal do ônibus ainda, e pego o celular no bolso novamente. Abro o flip e lembro que não deveria ter deixado o aparelho no bolso da frente, que está rasgado e ele poderia cair no chão sem eu perceber. Minha calça só tem um bolso que realmente presta, sei que está na hora de comprar outra, mas tem aquela mania que comentei lá em cima, odeio comprar roupa, deixo sempre pra quando não tem mais jeito mesmo. Guardo novamente o celular, certificando-me de colocá-lo no único bolso decente da calça. E me xingo por ter esquecido de ver as horas de novo.

Penso comigo mesmo “deixa de ser burro e veja a porra do horário!” e pego novamente o maldito celular. Até respiro fundo pra facilitar a concentração, mas acabo tossindo porque esqueci que estou com bronquite. Aí me vem na lembrança aquela música que fala sobre... “Não! Foda-se a música, veja a porra do horário, energúmeno!” Quase me distraí de novo. Esvazio então a mente e olho pra tela. Consegui, celular bastardo! De tão animado quase não ouço o ônibus chegando.

Dou sinal, entro, pago e me acomodo, mostrando meu semblante de vencedor. Escuto um trecho da conversa entre um passageiro e a cobradora: “Nossa, hoje atrasou, hein?”. Talvez pelo meu pequeno drama com o aparelho não tenha percebido isso, e mentalmente começo a fazer a conta do tempo do atraso. O problema é que vou ter de pegar o celular no bolso novamente, porque já esqueci que horas são.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Crescer é uma merda

Crescer é uma merda. Sério. Vejo caras da minha idade tendo filhos, casando, sendo responsáveis e tudo mais. E eu não quero nada disso. Eu não quero ter filhos porque criei minha irmã e já troquei fralda pra cacete. Não quero esposa porque quero sair sábado com o Servejão e fazer ele beijar desconhecidas embriagadas sem ter que dar explicações para ninguém. Não quero guardar dinheiro para comprar um carro. Quero guardar dinheiro para comprar o novo GTA (Setembro tá logo ali). Quero gastar meu salário com filmes, cerveja, jogos e em coisas que talvez nem use no futuro, e não em IPTU, prestação de carro, em loja de material de construção e coisas para bebê. Quero ver os filmes que eu quiser, na hora em que eu quiser e usando a roupa que eu quiser. Ou talvez não usando nenhuma roupa e com uma garrafa de whisky no colo, se estiver calor. Quero ir para Las Vegas com meu amigo, como em Se Beber, Não Case (ou Medo e Delírio, o que seria ainda mais foda) e não quero ir pra chácara da tia da minha esposa ficar vendo programa do Luciano Huck.

Seu amigo para todas as horas, Nícolas.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Tirinha da Semana


Eu, Servejão, 40 anos, drogado, prostituído...

A noite encalorada do final de semana implorava por uma cerveja gelada. Eu implorava desde bem mais cedo. Naquele sábado estávamos eu, Nicolas e nossa sabedoria milenar bebendo no Sal Grosso, Largo da Ordem, desde as 15h.

Invariavelmente nosso papo filosófico casual era interrompido por vendedores de toda espécie oferecendo os mais diversos produtos. Acho que o único que não parou em nossa mesa foi o hippie que escreve nome de mulher em arame e diz que é um “porta incenso” (embora eu saiba bem que aquela estrelinha que ele molda junto é um pentagrama satânico para amaldiçoar os incautos que nele deixam colocar seu nome), e ele só não parou ali pela ausência de mulher mesmo. Mas, salvo esta exceção, os demais marcaram presença, em intervalos irregulares: a moça carismática do chiclete, o hare krishna stalker (encontrou-me na rua outras vezes após esse dia e me reconheceu, mas ainda não me convenceu), o poeta barbudo com seus poemas concretos para os quais até o Arnaldo Antunes torceria o nariz, o vendedor de pocket books com cara de presidente da UNE e também o músico rasta que insiste para você ouvir suas músicas mesmo que você não queira e só larga do teu pé quando ouve uma opinião sincera sobre seu trabalho. Enfim, um sábado como qualquer outro.

Ao escurecer, começou uma chuva repentina só para nos lembrar de que estamos em Curitiba, e mudamos para uma mesa dentro do bar. Apesar de não podermos ficar na parte de fora (que é mais legal), a chuva indicava que, pelo menos, os chatos não apareceriam mais pra incomodar nossos profundos diálogos. Eu estava redondamente enganado. Bom, considerando minha forma física, estou sempre “redondamente” alguma coisa. Mas, enfim, a essa altura o álcool já pregava peças em minha mente e posso dizer sem medo que eu estava no brilho. Eis que chega um indivíduo e começa a falar coisas sem nexo pra gente, muito aquém do nosso padrão de qualidade em conversas. É sempre a mesma história, se você ri de algo que um bêbado desconhecido e chato fala, seja por educação ou por afinidade etílica, o sujeito não vai sair dali tão facilmente, pois acredita ter encontrado seus semelhantes. No caso, fomos apenas educados mesmo e pagamos o preço. O cara simplesmente não parava de falar e realmente começou a incomodar. Até que um gesto singelo do meu amigo Nícolas, um golpe rápido (para alguém alcoolizado) que torceu a mão do falastrão sem noção, fez o rapaz sentir vergonha de seus atos e este resolveu sair do recinto, provavelmente em direção à sua casa para descontar as frustrações no cachorro de estimação.

A calmaria, então, fez-se presente em nossa mesa por um período. Um breve período. Porque, logo que voltamos a conversar e enquanto eu escutava o relato das aventuras de Nicolas aprendendo golpes desse tipo na Malásia, literalmente cai sentada ao meu lado uma moça loura, seios tão fartos quanto a pança, calça sem cinta (mas precisando de uma), olhos fundos, cabelo desgrenhado, cara de perdida. Antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, ela nota o copo cheio e manda o papo reto pro Nicolas: “me dá uma cerveja, chupo você todinho. Chupo ele também [aponta o nariz pra mim], chupo vocês dois, aguento o tranco”. Francamente, eu não sou de me surpreender com essas coisas, mas tudo aconteceu muito rápido e eu já estava meio grogue mesmo.

Não costumamos ceder à tentação tão rapidamente, então puxamos assunto com a moça e descobrimos que seu nome é “Isa” e que ela é fã do Jean Willis e de suas ações como deputado (opa!). Mas, devido ao estado etílico da jovem, o papo não evoluiu grandes coisas, e aí, Nicolas, com seu timing perfeito para não deixar morrer o entretenimento, propôs a ela um desafio: “eu te pago uma cerveja se você der um beijo no meu amigo”. Ela “claro, agora mesmo, esse aqui? [apontando com o nariz pra mim de novo]”, me puxou pelos meus cachos encaracolados e me tascou um beijo na boca. Só percebi segundos depois, porque já estava miando de bêbado. Nicolas, não satisfeito, pediu bis (esse povo voyeur...), no que prontamente foi atendido e eu, presenteado com mais um beijo. Pegamos uma Heineken e mais um copo e a servimos. Tomou um talagaço e disse que precisava ir ao banheiro urgentemente (modéstia à parte, provoco essas coisas nas mulheres). Saiu levantando as calças (mas não muito) e durante o tempo em que a moça ficou ausente, só lembro-me das gargalhadas do meu amigo, apontando o dedo para minha cara.

Ao voltar, ela não voltou. Passou despercebida pela nossa mesa e foi encontrar outras pessoas legais para fazer amizade. Senti-me usado, não por ser velho, mas porque nunca mais a vi. Ao menos, sobrou a garrafa ainda cheia de Heineken e a marca dos lábios na borda do copo de cerveja. Não lembro, claro, como cheguei em casa.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Olá, como vai você?

Esse é o primeiro texto desse blog. Escrever coisas importantes sobre qualquer assunto é difícil, idéias aparecem e desaparecem, a página em branco te encara e te chama de inútil.

Ao começar esse texto, senti algo genial vindo. Eram gases. E como acho que nada aqui vai ser mais genial do que gases, digo-lhes, resumidamente, que o motivo de termos criado esse espaço bacana é que queríamos dar nossas opiniões sobre vários assuntos. E nossas opiniões são muito importantes. Talvez mais importantes do que a maioria das opiniões que você vai ver na Internet.

Então, amigos, apertem os cintos e juntem-se a nós nessa jornada.

Primeiro vídeo: From Dusk Till Dawn - Salma Hayek Dance