domingo, 16 de junho de 2013

Caxumballs

Terça, dia 11 de Junho, indo para o trabalho ao anoitecer, percebo um pequeno inchaço no lado esquerdo do meu pescoço. Penso comigo que devem ser gases, claro. Chegando lá, peço para algumas amigas darem uma olhada, e opiniões. Algumas dizem que pode ser caxumba ou alguma outra coisa que não lembro. Uma delas diz que se for caxumba eu tenho que cuidar, porque pode descer pro saco. Cacete, encho-me de preocupações.
No dia seguinte vou ao médico, e puta merda, é caxumba mesmo. Minha mãe, ao me ver, fala para eu cuidar muito, porque pode descer pro saco. Ok, já me falaram e eu não havia esquecido. Precisamos sair à noite, casamento do meu tio (eu tinha que ir pra acreditar que ia mesmo acontecer) e fomos buscar minha vó. Ela entra no carro, primeira coisa que fala é: ai, cuide, porque isso vai pro saco.



Durante o jantar, não conto pra ninguém sobre minha condição, mas as pessoas percebem que não consigo movimentar o pescoço e que estou derrubando arroz toda vez que tento comer. Uma pastora, do meu lado, pergunta se estou com torcicolo e eu digo que sim. O jantar acaba, e na despedida, a tal pastora vai me abraçar e solta um violento golpe bem no meu pescoço inchado. Todo o ar some dos meus pulmões. Sinto a vida esvaindo-se de mim. E aí ouço: que Deus te cure. Irônico.
A partir desse dia todo mundo me fala que pode descer pro saco. E eu faço tudo com o maior cuidado, porque porra, não quero essa merda no meu saco. Por isso estou escrevendo menos aqui. Porque pode ir pro saco. Servejão sumiu porque tá ocupado com os ensaios do grupo de dança folclórica, mas ele volta também.

Uma boa semana para vocês. Cuidem, porque pode ir pro saco.

Nícolas

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