domingo, 9 de junho de 2013

O Rio do PH.

Em Outubro de 2011 Eric Clapton veio ao Brasil. Não tocou em Curitiba, por isso fui até o Rio de Janeiro para ver o mestre ao vivo. Eu não ligo muito pra cidade, mas o Rio é especial por um motivo: Paulo Henrique.
Não, não, nunca peguei. Somos héteros e Paulo ''River Dog'' Henrique é casado com uma mulher muito legal. Conheci PH nos tempos do Orkut, em uma comunidade sobre cinema. Desde o começo foi um cara que me cativou. Como eu já havia ido ao Rio no final de 2008 para o aniversário desse grande (não na estatura) homem e também havia ficado em sua casa por 2 ou 3 dias ( prometi ao PH que não mencionaria aqui que um rato apareceu no restaurante onde comemoramos o aniversário dele), me senti à vontade para pedir abrigo mais uma vez. E o abrigo não foi negado.
Chego no Rio de Janeiro na tarde de uma sexta, PH me esperando no aeroporto, elegante, usando chinelos. Vamos para sua casa, conversando sobre vários assuntos e sobre a vida. PH é como os guias que vemos em filmes, explicando todas as manhas sobre a cidade que conhece tão bem. Chegamos na Maison PH, coloco uma roupa mais adequada ao clima infernal da cidade, passo a mão no Zein, o cachorro do PH ( o cachorro mais sensacional que já vi. Mais inteligente que maioria dos humanos, talvez porque o PH passe o dia conversando com ele como se o cãozinho fosse um humano mesmo ) e vamos encontrar nosso outro amigo, Kpenga, que está no Pão de Açúcar com duas amigas alemãs.
Durante o caminho até o Pão de Açúcar é provável que tenhamos dado risadas sobre assuntos envolvendo o PH mas não lembro. Ok, chegamos no local, Kpenga está lá na frente, esperando as alemãs, que foram dar uma voltinha. Elas voltam, somos apresentados. Kpenga comunica que precisa ir dar uma mijada, deixando as alemãs comigo e com PH. Elas sabem Inglês, eu sei Inglês, mas PH só sabe ''carioquês''. Traduzo algumas coisas para meu amigão, converso com elas, simpáticas e tudo mais. Perguntam idade do PH. Ele diz que tem 36. Depois descubro que ele mentiu a idade. O motivo eu não sei. Kpenga volta.
Depois do Pão de Açúcar a gente anda pra cacete, porque as alemãs queriam ver alguma coisa, a casa de não lembro quem. Cansados após a andança, vamos tomar uma cervejinha na Lapa, acho. Bebemos, rimos conversamos. PH precisa ir embora para ver a esposa. As alemãs acham fofo ele se preocupar assim. Saímos do bar e PH some, para logo retornar com uma sacolinha cheia de balas de morango e um bombom pra cada um, pra dar uma aliviada no álcool. Aí que a mágica ''PHística'' entra em ação. As alemãs acham isso a coisa mais fofa do mundo, porque aparentemente os homens daquele país são uns bostas e PH arranja novas fãs. PH vai embora, e eu e o Kpenga levamos as alemãs num baile funk e numa balada vazia. Vou embora pra casa do PH, e ao chegar lá, vocês não sabem o que eu vejo ao abrir a porta. PH em um pijaminha azul bebê. Nunca em minha vida vi algo tão bonitinho assim. Vou dormir tranquilo ao saber que estou na casa de um anjinho.
No dia seguinte PH me ensina a ir no local do show, pois precisava pegar os ingressos. À noite encontramos o Kpenga em Copacabana, para drinks. No metrô, falamos pras alemãs que o apelido do PH é Teddy  Bear ( ''ursinho'' em português). A partir desse momento, só chamamos ele assim. Comemos pizza com as alemãs e Teddy Bear nos deixa na frente de uma escola de samba. Lugar divertido, cheio de gente. As alemãs começam a tirar fotos de tudo que acham interessante. Eu e o Kpenga também. Lembram dele?





Depois da escola de samba, as alemãs voltam para o hotel, e eu e o Kpenga entramos num puteirinho, para mijar ( sério ). Ganhamos duas doses de whisky lá e sentamos bater um papo. No meio de uma conversa sobre as escolhas artísticas de Robert Downey Jr, uma prostituta de uns dois metros, negra, chega na gente, oferecendo seus serviços obscenos.  Kpenga diz que ela é linda, mas que só estávamos passando tempo ali. Saímos de lá e fomos beber na beira da praia até o amanhecer. Como um casal de bichas. PH me manda um sms no meio da madrugada, perguntando se tá tudo bem, e eu imaginei ele no sofá, de pijama azul, perninhas cruzadas, me enviando mensagem no celular. Ele é fofo assim.
Chego na casa do PH umas 10 da manhã de domingo. Durmo umas 3 horas, almoço e vou pro show. Kpenga também vai ao show. Espero ele lá na fila, e quando percebo, um cara alto, de calça xadrez, se aproxima. É meu amigo. Pergunto se ele está indo ver show do Justin Bieber, porque calça xadrez é muito gay. O show foi foda. Clapton é foda demais. Volto pro PH pra dormir e me preparar para voltar pra casa no dia seguinte.
A segunda- feira chega e PH prepara almoço pra mim, pro Kpenga e pras alemãs. Kpenga chega e vai direto ao quarto onde PH guarda seus filmes. Os filmes do PH mereciam um texto separado. Lá nesse quarto você pode encontrar clássicos como  ''Efeito Borboleta'', ''Um Caso à Três'', ''Um Amor para Recordar'', ''O Som do Trovão'', ''Eliana e o Segredo dos Golfinhos'' e muito mais ( deixando claro que ele também tem uns três filmes bons). Kpenga tira umas fotos segurando os filmes, porque porra, PH é sensacional.
Almoçamos, PH ganha brigadeiro de colher na boca de uma das alemãs, e elas vão embora. Eu fico mais um pouco e chamo um táxi pro aeroporto. Na viagem de volta, impossível não pensar que melhor do que ver o Cristo ou qualquer outro ponto turístico, é passar uns dias com esse pequeno grande homem, um dos mais legais que já conheci.


Uma semana de muitas alergias para vocês.

Nícolas.

3 comentários:

  1. Poha, confesso me preparei para sacanear, mas desisti ao ler esse última frase (derramei uma pequena lágrima ao ler).

    Sensacional. Será que devo me preparar para virar uma celebridade Facebookiana?

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  2. PH sempre passou essa imagem sensível mesmo. Grande cara(não na estatura)!

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