domingo, 6 de outubro de 2013

Drunk Face

Ficar bêbado não é assim fácil como as pessoas que não bebem acham que é. Ontem, por exemplo, na mesa do bar com meu sidekick Sergio Augusto, um cara na mesa ao lado, já bêbado, ficava puxando papo, falando sobre o trabalho dele, sobre Salvador (a cidade, não Jesus) e mais um monte de coisas que não lembro, mas chatas pra caralho, mostrando fotos no celular e interrompendo a conversa de 5 em 5 minutos, para logo depois pedir desculpas. No final, depois de nos pagar uma cerveja (a cerveja mais cara da minha vida), ele se despediu abraçando nós dois. Com certeza ele não sabia que estava sendo um chute nos nossos ovos. Isso é ficar bêbado.
Todos vocês três que irão ler esse texto, se já ficaram bêbados de verdade, sabem disso. E não estou falando de ficar tontinho por causa de umas cervejas, estou falando de fazer merdas que na hora fazem sentido, e não mandar sms pra pessoa errada. Isso é coisa de mulher, embora eu já tenha feito, mas foda-se. Estou falando de dormir em pé no banheiro do bar, como um amigo nosso, baiano, fez. Ou de acordar no dia seguinte com sua mãe falando que você vomitou no quarto, e, ao tentar achar pra limpar, não encontrar nada. Ou vomitar no telhado da garagem. Ou cagar nas calças enquanto está no banheiro. Essas coisas que eu posso, ou não, ter feito, mas que na hora parecem ser o tipo de coisa certa a se fazer.


Já falei aqui no blog sobre outras vezes em que bebemos. Ontem, porém, fiquei mais bêbado que o normal. Talvez por estar sem a pressão e responsabilidade de pagar as contas nos bares e garantir que meu querido amigo chegue bem em casa, eu me senti como um menino de 6 anos que podia tomar Nescau o dia todo. Falei merda, ri quando vi que uma loira altona que ficava me encarando na mesa toda vez que passava pela gente voltou do banheiro com papel higiênico grudado no sapato, derrubei cerveja na mesa ao tentar mostrar algum golpe pra um amigo nosso, falei mais merda, peguei táxi, mesmo não lembrando de ter estado em nenhum táxi, mandei sms que não devia, e, ao deitar para dormir, fiquei preocupado em acordar bêbado. Não acordei bêbado, claro, e nem de ressaca, mas na hora fez sentido pensar assim.
É claro que se alguém bebe pra cacete e vai embora de carro, correndo o risco de se machucar ou machucar alguém, essa pessoa é idiota. Porém, nada de errado em beber demais e falar como gayzinho com outro bêbado que acabou de vomitar na rua, ou andar na rua XV, depois de umas 10 doses de whisky puro, achando que a sobriedade nunca mais vai voltar (aconteceu na última formatura que eu fui. Formatura, sabem como é..). Porque esse é o tipo de coisa que molda o caráter, e não o trabalho.

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