Por outro lado, meus vizinhos devem se esforçar para irritar. Tal qual imagino a família do Leatherface no seu cotidiano, eles parecem ser um grupo de lunáticos, a começar pelo moleque sociopata que deve estar nos seus 11 ou 12 anos. Ele tem uma cachorrinha, provavelmente a única no mundo que torce pra ser abandonada, porque o pequeno bipolar a chama carinhosamente e, se ela demora 3 segundos para olhar pra ele, é chamada de vagabunda. Além de tudo o merdinha ainda é machista.
Fora ele, ainda moram na casa o pai, que só grita com o moleque e o chama de chato, o que explica o comportamento do mesmo, a mãe, que é uma cabeleireira meio perua (e alguma não é?) e a irmã e o marido.
A irmã e o marido merecem um parágrafo só deles. Eu tenho um bom coração e acho o cara gente fina, apesar do fato dele gritar sempre que está em casa e também porque é muito bunda mole com a esposa (a menina grita e briga pra caralho com ele e, apesar de às vezes ele retrucar de um jeito espertinho e engraçado, na maioria das vezes ele só obedece e concorda). Já a menina, esposa dele, irmã do Jason trainee, que deve ter uns 20 anos, cabeça de 13 e cara de salgado de terminal é provavelmente a pior. Ela não fala, só grita. Pra tudo. Se precisa chamar a mãe, ela não anda um pouco e usa o volume médio da voz, ela grita ''MÃÃÃÃE, VEEEEM COMEEER''. O cachorro tá mordendo algo que não é pra morder? Ela não levanta e tira o objeto da boca do cachorro, ela grita ''SOLTA!! NÃO!'' por meia hora, até o cachorro assimilar que se ele largar o que tem na boca, ela para de agir como uma imbecil. Ah, e ela também canta canções gospel, e às vezes acordo com o barulho de 30 gatos sendo penetrados por cenouras, só porque ela resolveu louvar o criador e me atrapalhar quando estou vendo A Família Soprano.
É claro que poderia ser pior, e eu poderia ter vizinhos piores, como a seita do Charles Manson, mas sabem como é, não vou nivelar por baixo.